quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Palavras soltas.

Tu, fecha os olhos. Fecha-os, porque eu sei que os queres fechar.
Não tens de ler isto, ouvir, nem sequer sentir. Aqui, no sitio das palavras abandonadas, não existem ordens para serem cumpridas, da mesma forma que não há regras que possas quebrar. Guardo as palavras e a vontade do corpo até onde posso. Hoje tenho vontade de ti.
Relê o parágrafo anterior devagar.

Quero olhar-te nos olhos, com tempo. Procuro a parte de ti que adora sentir um homem a desejar-te, que gosta de provocar corpo e mente, insinuar para depois tirar com um sorriso.
Conheces bem as palavras, sabes ler nelas a temperatura do corpo de um homem. Responde só para ti: até onde vais para incendiar um corpo, deixá-lo sem controlo, à tua mercê de mulher que gosta de ser dominada por um corpo dominado?

É assim, no mais absoluto segredo (eu sei guardar um segredo, e tu?), que te prendo debaixo de mim, me liberto da Fome, da Raiva e deixo que os nossos corpos nos controlem.
Deve ser viciante, derreter-te a máscara de cristal em suor.
Abre a mente, o que eu quero fazer não conhece os limites do razoável.
Quero fazer o teu corpo contorcer-se, transformar o teu sorriso de anjo numa boca de mulher, que suspira, geme e pede num sussurro que arde.